
Richard Medeiros de Araújo¹
Confiança será a palavra-chave para as Instituições de Ensino Superior (IES) quando da retomada das atividades presenciais. O conhecimento científico certamente será base para orientar as práticas pedagógicas e gerenciais no âmbito institucional, afinal o confinamento decorrente da suspensão das aulas presenciais tem tempo definido. Teremos aulas, laboratórios, atendimentos de estudantes e serviços à sociedade (com limitações, provavelmente), professores conduzindo suas rotinas dentre outras atividades, muitas vezes nos três turnos, momentos em que os contatos ocorrerão e a possível transmissão do Covid-19 também.
O susto entre os universitários, professores e equipe administrativa se instalou na comunidade acadêmica como em qualquer outro grupo social, no entanto as IES (em todas as suas configurações) devem criar formas para serem percebidas como seguras (espaço com baixo risco de contaminação), transmitindo sentimento de proteção aqueles que transitam, presencialmente, nelas.
Muita se fala na nova normalidade, mas cada IES tem seu Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), seu modelo de gestão e seu cotidiano mutável, entretanto, o cenário novo, exige a adoção de ferramentas velhas, como comunicação eficaz, planejamento, ações, e publicitação dos feitos. Isso com uma finalidade clássica: firmar confiança na manutenção da vida universitária mais segura e melhor protegida do agente viral. Entendemos, ainda, que as IES devem trazer ao conhecimento da comunidade universitária, de forma transparente, como serão tratadas todas as rotinas institucionais, como fazer com turmas grandes, carteiras próximas, laboratórios com alto grau de dinamicidade e experimentos, espaços dos docentes, bibliotecas. Afinal, quais ações factuais garantirão a manutenção na relação de confiança mínima para que as atividades pedagógicas fluam com um menor deficit possível.
Não se pode atribuir apenas ao vírus, ao ser humano e ao contato entre pessoas a possibilidade de aumentar a infecção, isso pode ocorrer, pela própria estrutura genética do vírus também, no transporte público, em balcões de estabelecimentos comerciais, etc, mas podemos sim, criar um escopo informacional resultante de ações do docente, do gestor, seguranças, equipe de higienização, do bibliotecário, da área de atendimento dentre outros, de forma a convencer a comunidade de que a preocupação (o que é tácita e exigível pelo corpo gestionário institucional) vai além do que as condições sanitárias ideais determinadas pelas autoridades de saúde pública.
A perspectiva traçada aqui é que o membro da comunidade universitária perceba o cuidado da IES em cada passo administrativo e pedagógico, ou seja, tudo é pensado para que a chegada e a saída de todos que circulam na Instituição (e até em espaços parceiros) terá sempre um final saudável, ou seja, a não contaminação e nem expansão da doença. Vamos pensar nisso internamente no âmbito das Coordenações de curso, Direções, Reitorias e outras estruturas internas, desenhar em planos de ações e comunicar isso a todos que vivem o Ensino Superior, nas áreas circunscritas a cada IES.
¹Doutor em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Professor Colaborador do Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Como citar:
ARAÚJO, Richard Medeiros de. IES: Além dos dispensadores e álcool em gel . Nuevo Blog, 22 maio 2020. Disponível em: https://nuevoblog.com/2020/05/22/ies-alem-de-dispensadores-e-alcool-gel/ . Acesso em: ??
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