NUEVO Debate – Violência Contra a Mulher no Trabalho, com a professora Dra. Maria Sara de Lima Dias

Site Observatorio3setor.org (13 dez. 2018)

Transcrição e resumo por

Karina Rossetto Obrzut

De acordo com a Dra. Maria Sara de Lima Dias, a mulher está mais sujeita à violência no trabalho do que o homem, pois a cultura patriarcal e machista ainda se faz presente nas organizações brasileiras. A diferenciação que é realizada entre os dois, diz a professora, se manifesta por meio de desigualdades em salários, cargas horárias, funções e formas de tratamento, e ela se reflete na figura feminina que precisa lutar constantemente para ser valorizada por seus colegas e ter a sua capacidade reconhecida.

Dias prossegue tratando sobre a diferença salarial, destacando que esse é um fenômeno global. Segunda ela, alguns pesquisadores atribuem isso à baixa escolaridade das mulheres e a sua entrada tardia no mercado de trabalho. Todavia, a sua pesquisada realizada com egressos dos cursos de engenharia da UTFPR revelou uma diferença salarial de 18% entre homens e mulheres que atuam na mesma área, indicando que o nível de escolaridade não é um inibidor das práticas violentas trabalhistas.

A entrevistada também apresenta a justificava das organizações, as quais atribuem isso a falta flexibilidade da mulher, pois como ela estabelece papéis sociais que demandam obrigações particulares, o seu tempo é comprometido e não pode se dedicar à empresa da mesma forma que o homem. Dessa forma, explica a professora, a mulher assume mais compromissos e responsabilidades do que seria saudável para si mesma, e entra em um conflito interno por ver o tempo que gostaria de estar com seus familiares, amigos ou em demais atividades de lazer, ser engolido pela organização, numa tentativa de receber tratamento igualitário no ambiente de trabalho.

Dias salienta que, quando falamos em violência contra a mulher no trabalho, apesar de termos uma tendência a pensarmos o agressor como sendo sempre o homem, não podemos esquecer ela pode ocorrer entre mulheres, pois possui uma relação direta com relações de poder dentro da instituição. Por fim, ela defende que o primeiro passo para resolver essa problemática é a tomada de consciência, por parte da mulher, de seus direitos dentro das organizações, as quais, por sua vez, devem prezar mais por definir os papéis de suas trabalhadoras como sujeitos de direitos, e não só deveres e obrigações.

Confira a entrevista completa:

O Nuevo Debate é uma parceria com a UFPR TV e tem como objetivo a divulgação de entrevistas de acadêmicos e pesquisadores, com a finalidade de popularizar o conhecimento científico.

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