NUEVO Debate – Intolerância Associada à Condição Física e Mental, com a professora e pesquisadora Dra. Silvia Andreis Witkoski

Transcrição e resumo por

Karina Rossetto Obrzut

Segundo a professora Dra. Silvia Andreis Witkoski, a intolerância associada à condição física e mental não só ainda é muito presente, como pode ser percebida na própria linguagem, por meio da utilização de expressões em tom pejorativo, como “você é surdo!”, entre outras. O pressuposto por trás disso, diz ela, é que uma pessoa com deficiência se torna incapaz e atrapalha o ritmo das demais, consideradas normais.

Nesse sentido, a pesquisadora destaca que o próprio fato de existir um padrão de normalidade exprime a questão do preconceito, uma vez que se há o normal, há o anormal. Dessa forma, na contramão da realidade calcada pelas redes sociais, argumenta que não existe um estado perfeito para ser e estar, mas, sim, uma multiplicidade de sujeitos com singularidades que, muitas vezes, acabam sendo classificadas como negativas, geralmente relacionadas às deficiências.

O reflexo desse cenário, continua Witkoski, pode ser visto na negação dos direitos de pessoas com deficiência, pois embora a legislação seja bem desenvolvida, a sua aplicabilidade permanece bastante limitada. A convidada explica que isso ocorre desde a escolaridade do indivíduo, quando muitas instituições acabam recusando a matricula de alunos com deficiência. Já muitas escolas que aceitam, acrescenta ela, encaram a inclusão e a integração como algo apenas relacionado ao acesso físico dos espaços, negligenciando o acesso social.

Em relação ao mercado de trabalho, a professora ressalta um detalhe importante da legislação vigente: é estabelecido um mínimo de pessoas com deficiência nas organizações, todavia, não é definido o nível de deficiência. Assim, aponta Witkoski, as empresa preferem indivíduos com deficiências leves, além de delegarem a elas cargos menores e sem perspectiva de crescimento profissional. Por fim, para a pesquisadora, essa realidade só irá melhorar quando a sociedade mudar a sua concepção de normalidade e cultivar a empatia, pensando numa educação transformadora e questionadora de padrões.

Assista a entrevista completa:

O Nuevo Debate é uma parceria entre a UFPR TV e tem como objetivo a divulgação de entrevistas de acadêmicos e pesquisadores, com a finalidade de popularizar o conhecimento científico.

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